Prisões em andamento, mas a infraestrutura continua sendo alvo das Olimpíadas de Paris.
Operações em diversas linhas de telecomunicações na França foram interrompidas, pois elas se tornaram o mais recente alvo aparente de sabotagem ligada às Olimpíadas de Paris.
A polícia francesa anunciou na segunda-feira que as redes de fibra óptica de várias operadoras foram alvos em seis áreas da França. Os últimos problemas de infraestrutura foram relatados enquanto o governo francês disse que estava de olho em figuras de extrema esquerda em conexão com ataques de sabotagem na rede ferroviária do país.
Problemas em telecomunicações foram relatados na região ao redor da cidade mediterrânea de Marselha, que está sediando as competições olímpicas de futebol e vela. No entanto, Paris não foi afetada.
As operadoras de telecomunicações Bouygues e Free confirmaram que seus serviços foram afetados. A mídia local relatou que instalações pertencentes à empresa de telecomunicações francesa SFR também foram vandalizadas.
Marina Ferrari, secretária de Estado responsável por assuntos digitais, confirmou em uma publicação no X na segunda-feira que ataques de sabotagem ocorreram em diversas regiões durante a noite e tiveram impactos localizados no acesso a linhas de fibra e linhas telefônicas fixas e móveis.
“Condeno nos termos mais fortes esses atos covardes e irresponsáveis. Obrigada às equipes mobilizadas esta manhã para realizar reparos e restaurar os locais danificados ao serviço”, disse ela.
O órgão regulador da Internet NetBlocks confirmou as interrupções.
⚠️ Confirmado: Dados de rede mostram interrupções em vários provedores de internet em #França em meio a relatos de uma campanha de sabotagem de fibra visando a infraestrutura de telecomunicações durante as Olimpíadas de Paris 2024 📉 foto.twitter.com/OOIfcc4TOO
— NetBlocks (@netblocks) 29 de julho de 2024
‘Características da extrema esquerda’
A vandalização das redes de telecomunicações ocorre depois que centenas de milhares de passageiros de trem ficaram presos após vários ataques incendiários na rede ferroviária de alta velocidade da França. A sabotagem ocorreu na sexta-feira, aparentemente programada para coincidir com a abertura das Olimpíadas.
Além de afetar passageiros e atletas em Paris, pessoas na capital britânica, Londres, e outros países vizinhos foram afetadas. O tráfego foi totalmente restaurado ao normal na segunda-feira, disseram as autoridades francesas.
Uma investigação nacional foi lançada sobre os ataques. O Ministro do Interior Gerald Darmanin confirmou na segunda-feira relatos de que uma prisão foi feita no domingo na Normandia, no noroeste da França, e que ativistas de extrema esquerda são os principais suspeitos.
“Identificamos os perfis de várias pessoas”, disse ele à TV France 2, acrescentando que a sabotagem tinha as características de grupos de extrema esquerda.
Darmanin alertou que as investigações ainda estão em andamento e que “cautela” deve ser exercida na atribuição de culpas.
Em resposta aos ataques de sabotagem aos trens, o ministro disse que 50 drones, 250 agentes de segurança ferroviária e 1.000 trabalhadores de manutenção foram mobilizados para reforçar a segurança ao longo da rede ferroviária de 28.000 km (17.400 milhas).
O jornal Le Parisien informou que 45 membros do movimento ambientalista radical Extinction Rebellion também foram presos por planejarem protestar contra as consequências sociais e ecológicas das Olimpíadas.
‘Notícias falsas’
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, criticou na segunda-feira as especulações da mídia ocidental de que a Rússia estaria por trás dos ataques.
Ele afirmou que as sugestões do envolvimento de Moscou eram “mais notícias falsas e mais acusações infundadas”, de acordo com a agência de notícias estatal TASS.
Peskov disse que a imprensa ocidental “não se intimida com qualquer oportunidade de literalmente culpar a Rússia por tudo que dá errado”.